Obrigada por visitar minha Oficina. Entre, fique à vontade. Ao trabalhar com as palavras, tanto podemos falar de amor como exorcizar a dor. Em ambos os casos,ter quem nos leia é fundamental.
terça-feira, março 08, 2011
QUERIDAS COMPANHEIRAS - de Leila Jalul
BAHIA, MARÇO DE 2011
QUERIDAS COMPANHEIRAS,
Neste momento importante, daqui desta “triste Bahia, ó quão dessemelhante”, tenho um pensamento massacrante do quanto gostaria de estar com vocês. De como ficaria feliz em abraçar minha amiga Concita Maia e outras tantas amigas de carinho sincero e de caminhada. Cada uma no seu quadrado, para evitar sentimentos menores, é certo?
Gostaria de ver a Karla Martins, a Mariama Morena, filha de minha estimada Célia Pedrina e a Val Fernandes, minha fotógrafa preferida. Nada seria melhor que ouvir a Verônica Padrão cantando Mercedes Sosa ou até um forrozinho. Qualquer paixão me diverte na voz de Verônica e de outras meninas que soltam as vozes nos bares e nos espetáculos da vida. Não há moeda que pague!
Um papo nas Fundações Elias Mansour e Garibaldi Brasil com as serelepes Eurilinda, Rose Farias, Talita Oliveira, Leila Hofmann, Carol de Deus e outras que não lembro nomes...
E o que dizer da vontade de beijar as mãos da velha guerreira Nilda Dantas, essa mulher que aprendi a admirar pela sua história? Uma pioneira, na acepção maior da palavra. As vozes das selvas têm uma representante de grande quilate! Nilda é sua melhor tradução.
Às meninas da imprensa, minha admiração. Elas entraram num mercado antes masculino e provaram seu valor. Eliane Sinhasique vem mostrando que babado não é bico. Abraço-a como se estivesse abraçando a todas.
Às profissionais da saúde, da educação, da construção civil, da justiça, da política , e a outras tantas batutas e competentes que atuam no Estado, meu reconhecimento. Que o abraço que envio para a Juíza Denise Bonfim, para a Doutora Solange Cruz, para a eterna musa do PCdoB, a camarada Rita Batista e para a mestra amiga Florentina Esteves, seja extensivo a todas.
Por fim, sem vontade de terminar, quero dizer algo para as meninas do batente da vida, briguentas e valorosas: mães de sangue, mães do coração, operárias, prostitutas, domésticas, presidiárias, gordas, negras, feias, cabelos pixains, originais ou plastificadas, indígenas, analfabetas ou as que sabem apenas assinar seus nomes, meninas ou idosas, amputadas ou inteiraças e a muitas outras que vivem no anonimato, que acertam, erram, se penitenciam, são condenadas por todos os tipos de leis, amam, apanham, choram, às vezes até se desesperam, mas que não se permitem jamais abandonar o barco. Para elas algo mais que um carinho ou um ramalhete de flores: uma declaração de amor em forma de poesia.
“O lado quente do ser
Marina Lima
Eu gosto de ser mulher
Sonhar arder de amor
Desde que sou uma menina
De ser feliz ou sofrer
Com quem eu faça calor
Esse querer me ilumina
E eu não quero amor nada de menos
Dispense os jogos desses mais ou menos
Pra que pequenos vícios
Se o amor são fogos que se acendem
Sem artifícios
Eu já quis ser bailarina
São coisas que não esqueço
E continuo ainda a sê-la
Minha vida me alucina
É como um filme que faço
Mas faço melhor ainda
Do que as estrelas
Então eu digo amor, chegue mais perto
E prove ao certo qual é o meu sabor
Ouça meu peito agora
Venha compor uma trilha sonora para o amor
Eu gosto de ser mulher
Que mostra mais o que sente
O lado quente do ser
Que canta mais docemente”.
Uma rosa para as que tombaram no caminho.
Uma reverência aos homens de alma feminina.
Companheiras mulheres acreanas, comemoremos o tempo do nosso tempo. Lutemos por mais vitórias! Agora é a hora!
Onde está meu batom?
Leila Jalul - cronista acreana.
Uma homenagem a todas as mulheres pelo Dia Internacional de Mulher.
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3 comentários:
Mais um belo texto da Leila que é uma tocante homenagem às Mulheres de todo o mundo e de todas as condições.
É pena que ainda tenha de haver um Dia da Mulher, não tendo de haver um dia do homem. Isso significa que ainda é preciso lutar pelos direitos, dignidade, liberdades das mulheres. E essa luta, que há muito se trava e ainda está longe de estar concluída, terá de, essencialmente, ser travada pelas próprias mulheres. Porque, afinal, ainda há relativamente poucos "homens de alma feminina" (entre os quais gostaria de me incluir) que aceitam perder privilégios ancestrais de poder e subjugação das suas esposas, das suas filhas, das suas mães. E porque, também, há que dizê-lo, ainda há muitas mulheres que se conformam, por medo, por rotina, ou porque, afinal, herdaram uma "alma masculina" que as impede de se libertarem.
Subscrevo inteiramente as palavras do Peciscas e acredita minha doce amiga, que foi um grandioso momento de leitura e reflexão.
Parabéns a Leila e um viva sincero a todas as mulheres, já que todos os dias deveriam ser mais respeitadas, amadas e compreendidas.
Beijocas e um bom domingo
você é especial seus poemas nos engrandece,dá pra ver sua aurea quando leio seus poemas.agradeço a Deus por mulheres como você que faz a diferença,parabens.
ENY COELHO
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